O Canto da Sibila   ao vivo  /  Música Antiga da UFF








centrodeartes.uff.br

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
CENTRO DE ARTES UFF
AA 500 · NM 475902

2001





Alfonso X, o sábio
1. Des oge más  [4:29]  CSM  1

Michael PRAETORIUS
2. In Dulci Jubilo  [6:06]
• Ich steh an deiner krippen hier
• Ein Kind geborn zu Bethlehem
3. Verbum caro factum est  [3:10]

Anônimo
4. Verbum caro factum est  [1:55]

Alfonso X, o sábio
5. Pois que dos Reys  [4:12]  CSM  424

Anônimo
6. O Canto da Sibila  [10:16]

Cancioneiro de Upsalla
7. Riu Riu Chiu  [1:33]
8. Rey a quiem reies adoran  [2:47]
9. Dadme Albricias  [2:13]
10. E la don don verges Maria  [2:36]

Faixa Bonus:
Michael PRAETORIUS
11. Ein Kind geborn zu Bethlehem  [2:19]






Música Antiga da UFF
Leandro Mendes, Mario Orlando, Peri Santoro,
Sonia Leal Wegenast, Virginia van der Linden

Convidados:
Madrigal da Escola de Música Villa Lobos
Anonimus
Respira e Manda


Sopranos:
Ana Bonan, Sandra Zaidman, Priscila Soares da Silva, Érika Schunk, Raquel Rios

Contraltos:
Cristina Loureiro, Isis Rodrigues, Clarisse Medeiros, Caroline S. da Silva, Isabel Eiras,
Ricarda Lucília D. Tavares, Daniella Quitete, Andréa Carneiro

Tenores:
Gustavo Campos, Wilson Souza, Túlio Villaça

Baixos:
Brian Higgin, Sérvio Túlio, Rômulo Rios




Contatos: (21) 27197449
lpmendes@ig.com.br
www.geocities.com/musicaantiga
Gravado e Masterizado por: Brian Higgin



Universidade Federal Fluminense
Reitor Cicero Mauro Fialho Rodrigues
Vice-Reitor António José dos Santos Pecanha
Pró-Reitor de extensão Firmino Marsico dos Santos

Centro de Artes UFF
Diretor Leonardo Guelman








As festividades natalinas sempre tiveram uma grande importância em todas as culturas latinas, especialmente na península ibérica, onde essa importância se evidencia através do enorme número de canções e autos natalinos que sobreviveram nos diversos cancioneiros e peças teatrais de todas as épocas. Formou-se uma tradição que remonta a tempos longínquos e vemos que compositores e escritores de todos os períodos, com seus estilos próprios, deixaram sua contribuição em seu legado musical e literário. Este CD, gravado ao vivo, apresenta peças do cancioneiro de Upsalla, algumas cantigas de Santa Maria, peças de Michael Praetorius e o Canto da Sibila.

A abundância de manuscritos musicais espanhóis no final do século XV e início do XVI se deve a condições políticas mais estáveis a partir da união de Castela e Aragão, sob o reinado de Fernando e Isabel, os reis católicos. Nesse período foram compilados os Cancioneiros, dos quais foram extraídos os villancicos Riu riu chili, E la don don, Dadme albricias e Verbum caro. Isabel patrocinou muito a música, empregando em torno de quarenta cantores, sem mencionar os instrumentistas. O filho dos monarcas, Juan, gostava tanto de cantar que, na hora da siesta, encontrava-se com seu maestro de capilla no palácio, e mais quatro ou cinco meninos cantores, e faziam música por horas a fio. A corte dos Reis Católicos favoreceu particularmente a música sacra. Historiadores espanhóis algumas vezes chamam o período de 1474 até a morte de Fernando, em 1516 (Isabel morreu em 1504), de el siglo de oro.

De todos os eventos, o mais antigo e mais largamente difundido por toda a Europa, durante a idade média, foi o Canto da Sibila. As sibilas eram profetizas muito populares nos ritos romanos, antes da Era Cristã. Uma de suas profecias fala do fim dos tempos, como foi descrito por São João no livro do apocalipse. Com o advento do cristianismo e no intuito de difundi-lo entre os "povos pagãos", esta profecia foi utilizada pela igreja como prova de que o cristianismo era uma verdade já prevista antes de sua existência. Assim, na noite de Natal, a Sibila era cantada para alertar a todos a se converterem antes do juízo final. Essa tradição se repetia todos os anos até que foi proibida em concílio pela Igreja. Por ser um evento tão popular e de tão grande importância, mesmo com tal proibição ele continuou a ser praticado em alguns lugares da Espanha até os dias de hoje.